terça-feira, 12 de junho de 2012

Sobre o Monitoramento do ar em Belo Horizonte


Sobre o Monitoramento do ar em Belo Horizonte
(Dados de 2010)

A FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente, órgão governamental mineiro, é responsável pela execução de políticas de proteção, conservação e melhoria da qualidade ambiental no que concerne à poluição e qualidade do ar, da água e do solo no estado de Minas Gerais.

Em Belo horizonte, o monitoramento do ar é realizado por uma rede constituída de seis estações automáticas, onde estão instalados monitor de PM-10 (partículas inaláveis), analisadores de gases, sensores meteorológicos e sistema de aquisição e transmissão dos dados.

A transmissão dos dados obtidos é feita via rede telefônica, em tempo real, a uma central instalada na FEAM e os resultados são disponibilizados em boletim diário em seu site institucional, apresentando a situação das ultimas 24 horas.

Os equipamentos que compõem a rede são de origem francesa e foram adquiridos em atendimento a condicionante de licença ambiental ou medida compensatória de dano ambiental.

O monitoramento da qualidade do ar tem a finalidade de determinar o nível de concentração de um grupo de poluentes universalmente consagrados como indicadores, selecionados devido à sua maior freqüência de ocorrência na atmosfera e aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente. São eles: material particulado (poeira), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC) e ozônio (O3).

Os padrões de qualidade do ar no Brasil foram fixados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução Conama 03/90, sendo também adotados em Minas Gerais.

Principais poluentes
           
Material particulado

É um conjunto de partículas no estado sólido ou líquido com diâmetro aerodinâmico menor que 100 micra. Ficam suspensos no ar na forma de poeira, neblina, fumaça, aerossol etc. Para se determinar a concentração de material particulado no ar, foram escolhidos como parâmetros as Partículas Totais em Suspensão (PTS), com diâmetro menor que 100 micra.


Dióxido de Enxofre (SO2)
             
É um gás incolor com forte odor, semelhante ao gás produzido na queima de palito de fósforo.

Monóxido de Carbono (CO)
             
É um gás incolor, inodoro e insípido, produzido pela queima incompleta do carbono presente nos combustíveis. Os veículos automotores são as maiores fontes de emissão de CO.

Óxidos de Nitrogênio (NOx)
             
São formados nas reações do nitrogênio contido no ar com o oxigênio, originando principalmente o NO e o NO2. O NO2 é um gás marrom avermelhado com forte odor e muito irritante. Pode levar à formação de ácido nítrico, nitratos e compostos orgânicos tóxicos.

Hidrocarbonetos (HC)
              
São gases e vapores resultantes da queima incompleta e evaporação de combustíveis e outros produtos voláteis.

Ozônio (O³)
             
É um gás incolor, inodoro nas concentrações ambientais e o principal componente da névoa fotoquímica. É produzido foto-quimicamente pela radiação solar sobre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis.

Qualidade do ar

Pronar
             
O Programa Nacional de Qualidade do Ar (Pronar) foi criado pela Resolução nº 5 do Conama, em 1989 e determina a elaboração de um inventário e de um Programa Nacional de Inventários de Fontes Poluidoras do Ar, tanto de fontes móveis quanto fixas. 
            
Apesar do aumento vertiginoso da frota de veículos no Brasil (estimada em cerca de 36 milhões de veículos, incluindo automóveis, veículos comerciais leves, ônibus, caminhões e motocicletas), o nível de emissões de gases poluentes tem caído no País. Os dados são do 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, lançado em 25/3, na Agência Nacional de Petróleo, no Rio de Janeiro. 
            
Belo Horizonte tem hoje uma boa qualidade de ar, se comparado às demais capitais do país, conforme afirma Beverly Wen Yuh Liu, técnica da Divisão de Monitoramento e Geoprocessamento da FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente). Segundo ela, a principal fonte de poluição do ar na capital são os veículos automotores. 
           
Em outro estudo realizado pelo Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP), Belo Horizonte com cerca de 1,1 milhão de veículos, os níveis estão cerca de 60% acima do permitido pelos padrões da Organização Mundial de Saúde, que revelou os custos da poluição em seis regiões metropolitanas do país. 
       
A pesquisa mostrou que são gastos R$ 14 por segundo para tratar seqüelas respiratórias e cardiovasculares de vítimas da poluição. Se calculado o gasto no ano, o custo chega a cerca de R$ 460 milhões. Segundo o estudo, respiram o ar reprovado pelos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) as regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife. Pela análise científica, mais de oito mil pessoas nestas cidades são internadas anualmente com problemas cardíacos. O motivo é o excesso de poluentes no organismo. 
            
Em outra pesquisa de Inspeção Veicular, coordenada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), em parceria com a UFMG e a prefeitura, realizada entre junho de 2003 e novembro de 2008, dos 1,5 mil veículos inspecionados, 751 (49,3%) não passaram no teste. Uma irregularidade chamou a atenção dos técnicos da Feam; muitos caminhões tiveram o lacre da bomba de combustível violado.

      
A adulteração aumenta a potência dos veículos, mas o motor lança mais gases na atmosfera.

Os Índices de qualidade do Ar para a Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentam necessidades de melhorias nas políticas e programas de controle de poluição veicular.
        
Outro fator característico e relevante da nossa capital é o relevo acidentado. Ele exige mais esforço nos aclives, sacrifica mais a nossa frota e exige manutenção mais cuidadosa e em prazos menores. 
            
O aumento da frota de veículos automotores incentivado pelas políticas de isenção de impostos, financiamentos a longo prazo, incidem diretamente no aumento da fonte poluidora.

As soluções apontadas são a melhoria da qualidade dos combustíveis, o aumento do biodiesel na composição do diesel, a melhoria tecnológica e a renovação das frotas, a implementação de um sistema de transportes integrados e menos focados no setor rodoviário (Metrô/Ônibus), a gestão eficiente do transporte público e investimentos na estrutura de circulação do trânsito.

Boletim sobre qualidade do ar em Belo Horizonte (FEAM)




Ram☼n

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